A tão esperada regulamentação do poker no Brasil pode estar em vias de acontecer. É essa, pelo menos, a expectativa do Ministério da Economia, segunda reportagem publicada nesta terça-feira pela Folha de S. Paulo. Atualmente, o poker é aceito como legal, por ser reconhecido como jogo de habilidade, mas sofre de vez em quando com interpretações equivocadas que associam a prática ao jogo de azar – esse proibido no país desde 1946, pelo presidente governo Eurico Gaspar Dutra.

A expectativa da pasta, chefiada por Paulo Guedes, é que a regulamentação da modalidade no país gere anualmente R$ 2,2 bilhões em receitas públicas no Brasil. Segundo a Folha, o dinheiro viria tanto de tributos sobre ganhos dos jogadores (20%) quanto da movimentação do mercado, especialmente com eventos ao vivo.

Vale lembrar que os torneios ao vivo no Brasil, como Campeonato Brasileiro de Poker (BSOP) e o Campeonato Paulista de Poker (CBTH) – entre outros – já recolhem impostos. E também que os eventos, embora, movimentem milhares de pessoas nunca tiveram como hábito a cobrança de ingressos para expectadores.

De acordo com Gustavo Guimarães, secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia, a motivação maior da regulamentação é destravar o setor. A matéria ainda ressalta que o governo brasileiro teria como modelo a regulamentação feita no Reino Unido, que movimenta – segundo dados da  Associação Europeia de Jogos e Apostas – 432 milhões de dólares apenas com a taxação do poker online. O secretário, porém, não deixa claro como seria feita essa taxação sobre os ganhos dos jogadores no poker online.

Igor Trafane, vice-presidente da ABJH (Associação Brasileira de Jogos de Habilidades) e ex-presidente da CBTH, comentou, no último dia 16 de setembro a respeito o projeto e sobre as intenções do governo com o poker. «Qual é a nossa causa? Separar em termos legislativos e regulatórios os jogos de azar dos de habilidade», disse Trafane, mais conhecido no meio como Federal, durante um webinar (seminário virtual) promovido pela Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria (Secap).

No momento, aparentemente, governo e a ABJH caminham na mesma direção, em um caminho que promete atrair mais investimentos e empregos para o universo do poker, ainda que a taxação de lucros do poker online seja uma possibilidade que possa desagradar alguns.