Inicio > Proibido o acordo, jogadores armaram para decidir o WPT

Quando Mike Leah Flag of Canadá conquistou o título do Main Event do WPT (World Poker Tour) as manchetes mundo afora destacavam o feito do canadense, que conseguia a impressionante façanha de vencer pela quarta vez um evento do WPT Fallsview Poker Classic.

Passadas pouco mais de 24 horas, porém, o foco da história mudou e pouco se fala da conquista, mas, sim de como Leah chegou lá.

Ryan Yu, vice campeão do Main Event do WPT

Na heads-up contra Ryan Yu Flag of Canadá, os jogadores fizeram um deal incomum no poker. Resolveram fazer a divisão do prêmio por ICM (divisão proporcional pelo número de fichas). Yu tinha stack de 10.800.000, contra apenas 4.715.000 do rival. O WPT, oficialmente, não permite acordos.

O acordo, proposto durante o intervalo, foi uma iniciativa de Yu, que tinha naquele momento um Stack bem maior e seria o beneficiado. A princípio a ideia foi rechaçada. Leah disse, talvez em tom de brincadeira, que só aceitaria um deal se ficasse com o troféu. Yu, porém, levou o “brincadeira” a sério.

Um novo deal, então, foi costurado. Nesse, o combinado era: divisão dos prêmios por ICM (o que favoreceria financeiramente Yu) e, em contrapartida, a vitória garantida no torneio e um assento no valor de US$ 15 mil no Tournament of Champions para Leah.

Leah, em busca de seu quarto título do WPT, aceitou e ficou com a “glória”, sem se constranger de ganhar sem jogar.

A partir daí, Yu jogou as mãos seguintes de forma a entregar da maneira mais rápida e descarada possível o campeonato.

Confira a descrição das últimas mãos da competição

  • Contagem: Ryan Yu (10.800.000) – Mike Leah (4.715.000). Os jogadores estão em break.
  • Mão #94: Ryan Yu aumenta 4.000.000, Mike Leah 3beta 4.695.000; Ryan Yu folda.
  • Mão #95: Mike Leah faz limp do botão, Yu aumenta para 5.000.000; Leah vai all-in por 8.000.000 e Yu dá fold.
  • Mão #96: Ryan Yu aumenta a 1.700.000, Mike Leah vai all-in, Yu dá fold e fica com 40.000 fichas (menos que o big blind).

Jason Mercier criticou o deal, em seu twitter

Após Ryan dobrar algumas vezes o mini stack, por capricho do baralho, Mike, enfim, venceu o desejado torneio. Não precisa entender muito de poker para entender que o desfecho do torneio havia sido armado.

Em sua página no Facebook, Leah justificou a decisão de abrir mão de dinheiro para garantir a vitória, dizendo que queria demais o título.

“Eu queria vencer esse torneio mais que qualquer outro que eu me lembre. Não foi um acontecimento normal para mim. O tempo todo eu estava focado na vitória”, disse Leah. “Assim que fomos Heads-Up, ele mencionou algo sobre o acordo (Não consigo lembrar suas palavras exatas). Não tinha considerado fazer um acordo até aquele momento; Eu acredito que minhas palavras eram algo como: ‘Bem, eu não aceito nenhum acordo, a menos que eu ganhasse a

Justin Bonomo acha que as falhas da organização permitiram o acordo

vitória, um troféu, etc. …’ Eu não sabia como Ryan responderia e, honestamente, não me importaria, se ele não tivesse aceito, porque o HU para mim já seria uma conquista. Mas, rapidamente, ele respondeu que aceitaria se fizéssemos o acordo por ICM.”

O desfecho teve repercussão negativa entre alguns jogadores nas redes sociais. “Sou a favor de acordo, mas, por favor, garotos, joguem por algo. Pelo menos pelo título”, disse Jason Mercier, no Twitter.

Outros, como Justin Bonomo, preferiram criticar os organizadores do torneio pelo acontecimento: “Se você está organizando um torneio, você tem que fazer com que os jogadores trabalhem por você. Não proíba os acordos, pois terá acordos por baixo dos panos”.

Leah conseguiu o que queria: o troféu. Mas pode ter perdido a glória da conquista.

 

 

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