Inicio > Kelvin Kerber: «A motivação acaba sendo natural»

Hoje, temos o privilégio de conversar com o catarinense Kelvin Kerber Flag of Brasil, um dos jogadores mais reconhecidos do país. Com uma consistência que assusta, o sócio do Samba Team mantém-se há anos conseguindo grandes resultados tanto ao vivo quanto online.

Em 2016, Kelvin foi campeão do BSOP São Paulo e faturou R$500 mil

Sendo um jogador tão bem sucedido, o que te motiva a continuar jogando hoje em dia?

A motivação acaba sendo natural, porque as nossas metas dentro do poker nunca acabam. Sempre tem alguém jogando melhor que você ou fazendo algo que você não sabe, então é normal se manter motivado. Além disso, é meu trabalho, não é porque eu tive conquistas ao longo dos anos que o objetivo fica menor, enquanto eu me sentir capaz de disputar os principais torneios contra os melhores, a motivação sempre vai existir.

Lá por 2013, após terminar seu contrato com o Steal Team, Kelvin começou a jogar por conta e stakear alguns jogadores, até que, na metade de 2014, criou o Samba, hoje um dos maiores times de poker do mundo, com quase 300 players nas filas.

O catarinense também falou de suas aspirações como jogador profissional: “Me manter competindo nos torneios mais caros. Este ano comecei a jogar regularmente os US$10k e US$25k e quero eventualmente chegar nos torneios maiores, algo que já foi fora da realidade, mas hoje em dia é algo bem palpável».

Como você estuda? Imagino que dar aula para os alunos do time te obriga a estar sempre atualizado

Basicamente hoje o estudo é baseado em softwares. Em tentar compreender como o software funciona para que a gente possa chegar em conclusões de maneira simplificada. É difícil conseguir simular em game a maneira perfeita de jogar uma mão, mas, se você consegue entender como aquele software trabalha, pode ser mais simples do que inicialmente a gente imagina. Sim, mesmo dando aulas para grupos de nível inferior, o fato de se manter ativo é mais importante do que qualquer outra coisa.

No inicio do ano, Kelvin ficou muito perto da FT do ME do PCA nas Bahamas, levou mais de 75 mil USD

Os últimos dois meses foram históricos para o poker brasileiro em termos de resultado, Rafa Moraes Flag of Brasil faturou US$1.050.559 no torneio TheVenom, enquanto que Danilo Demétrio Flag of Brasil embolsou 1.187.553 dólares no Main Event do WCOOP, as duas maiores premiações da historia do poker online brasileiro.

Por que os jogadores brasileiros estão indo cada vez melhor nos torneios online?

A constância é a parte mais importante e é isso que faz o brasileiro estar evoluindo, o dólar para um brasileiro vale muito, então mesmo para um brasileiro que tenha em media um lucro de 2 mil dólares mensais já vale a pena se dedicar. Isso faz com que a gente tenha um numero gigante de jogadores conseguindo se manter nos mid stakes, e quando você vê muitos jogadores em disputa naturalmente há muitas oportunidades de estar disputando os melhores torneios. Os caras que estão disputando os torneios mais caros estão estudando constantemente há anos e os resultados estão começando a aparecer.

A partir de que stake (mtts) considera importante começar a estudar com solvers?

Muitos pensam que vale a pena desde o começo e eu diria que não. Acho que é bem importante a pessoa chegar em conclusões, quando está começando, sem o uso do software. No poker, a gente não está jogando contra um robô e por isso não precisa jogar de maneira perfeita, a gente precisar saber explorar os outros jogadores identificando as tendências e até de uma maneira emocional. Conhecer as características de cada jogador nos vai fazer ser um jogador bem mais competente no momento de jogar torneios mais caros, então acho que não tem um momento especifico para começar com solvers. Para qualquer iniciante, diria que o mais importante são os softwares para estudar o pre-flop e usar o raciocínio logico no pós-flop. Isso vai ser bem mais benéfico que saber qual size tem que fazer em determinado turn quando na verdade você está jogando contra um cara que provavelmente nunca vai jogar mais na vida, então o approach deveria ser de uma maneira explorável e não balanceada.

Como vê o cenário do poker brasileiro em geral nos próximos anos?

Tenho bastante dificuldade em fazer uma estimativa. Eu diria que tudo pode acontecer, então tento não pensar nisso. Trabalhar com os pês no chão, um dia de cada vez, e se em algum momento, ele não for tão viável assim, a gente se adapta. Por enquanto está ótimo.

Por último, pedimos para ele citar os jogadores que considera hoje estão um passo a frente no país. “No brasil, tirando os jogadores do Samba, destacaria a Yuri Martins, Pedro Padilha, Thiago Crema e Rafael Moraes, mas seria um pouco injusto citar só eles porque considero que tem muitos jogadores muito próximos ou inclusive no mesmo nível.

Fotos: Carlos Monti

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