Inicio > Vini Marques: ‘o jogador de poker se acha melhor do que é’

Por Vini Marques

A maioria dos jogadores acredita no que quer acreditar, na versão mais conveniente, ignorando muitas vezes as evidências que “o jogo” e a realidade lhes mostra. Essa é uma das constatações mais verdadeiras que pude observar desde que comecei no poker.

A diferença de objetivos e motivações encontrados dentro da mesma mesa de poker é um dos fatores que levam a essa conclusão. Está claro que jogar de maneira recreativa é muito mais “divertido” do que jogar buscando sempre a melhor decisão, já que, no primeiro caso, não é preciso se preocupar em dominar conceitos rebuscados como os de odds, implied odds, ranges, EV e outros que a ciência do poker nos apresenta.

Na busca por estabelecer uma mentalidade competitiva vencedora no poker, a atitude mais eficaz é aquela adotada pelos jogadores mais vencedores: ser realista, aliás, super-realista! A negação de evidências é o primeiro passo para ser derrotado com bastante frequência. Um defeito a ser corrigido imediatamente.

Sempre que abordo as qualidades fundamentais para triunfar no poker, começo com a questão da autocrítica. Ser crítico e realista são qualidades imprescindíveis para alcançar o sucesso.

«O jogo (e a vida) como ele é»
Ou seja, se quer evoluir no poker, o primeiro passo é tentar achar sempre uma maneira de entender o que poderia ter sido feito melhor e trabalhar em cima dessas falhas. Encontrar a melhor versão de si mesmo e abandonar a tradicional ladainha de “poxa, que maré a minha”, “que fase me encontro”, entre diversos outros bordões e desculpas para mascarar a realidade e não aceitar o jogo (e a vida) como ele é.

As “fantasias” do poker são sedutoras; as vezes parece mais fácil do que é

A grande verdade é que ninguém é realista sempre. Todos nós nos apegamos a algumas ilusões, mas o divisor de águas que separa ganhadores de perdedores no poker é a motivação e disciplina para aceitar verdades inconvenientes, por mais dolorosas que sejam.

O objetivo claro dos ganhadores é maximizar suas vantagens. É fundamental, portanto, conhecer a verdade da tomada de decisão e, o mais importante, não ter medo da verdade. Isso acontece especialmente quando temos que se tomar uma decisão crucial e o fazemos pendendo para algum lado que costuma ser o emocional.

A ideia deste artigo é minimizar os efeitos dessa conduta, já que eliminar totalmente a ilusão que montamos para nós mesmos me parece uma guerra perdida contra o nosso próprio ego.

Então, o mais importante é criar rotinas para minimizar os efeitos desse vício, tornar-se mais realista e, consequentemente, melhorar seus resultados.

Para tal, vamos dividir esse desafio em três partes:

  1. A análise pessoal.
  2. A análise dos adversários.
  3. A análise técnica.

Análise pessoal
Provavelmente, seja a tarefa mais difícil, porque as “fantasias” do poker são sedutoras, já que muitas vezes parece fácil se tornar um jogador de alto nível e os resultados de curto prazo levam a ilusões sobre diversas de nossas habilidades.

Aquela busca frenética para derrotar todos os adversários e jogar todas as mãos, desafiando conceitos de odds ou oponentes mais experimentados – super acostumados com a tensão – tem que dar lugar ao realismo e pragmatismo. É importante selecionar com mais carinho as mesas ou torneios que disputamos, para, aos poucos, desenvolvermos nossas habilidades de maneira gradativa.

A análise dos adversários
Para começar, não tenha preconceitos com seus adversários. E não tente buscar vingança por uma parada perdida ou por algum comentário áspero. Não deixe que componentes emocionais interfiram na sua análise e tente avaliar mais profundamente um adversário, também levando em conta suas alterações de humor e objetivos na mesa.

A análise técnica
Entender que o jogo é de tomada de decisões embasadas por conceitos já estudados pela ciência do poker é algo importante. Claro que jogadores podem ser vencedores de maneira intuitiva, porém não é possível violar alguns procedimentos porque assim a conta não fecha!

Por sim, não seja afetado pelo inconsciente coletivo tenebroso que te faz crer ser “o jogador mais azarado do mundo” e perder tempo e energia achando que a mudança de dealer, o gol na televisão ou a chegada de algum amuleto fará qualquer diferença.

Conclusão: Temos de ser mais realistas no jogo e aproveitarmos a negação dos nossos oponentes. Para isso, alguns bons conselhos estão neste texto! Obrigado e até a próxima!

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