Francisco Vallejo Pons é um dos mais brilhantes enxadristas do mundo e é, também, o protagonista de uma das mais curiosas histórias envolvendo poker a vir à tona recentemente.

O espanhol, cujo nome nunca esteve associado à modalidade, protestou na semana passada, em sua página no Facebook, contra o fisco espanhol, que estaria cobrando do enxadrista mais de US$ 500 mil dólares de impostos referentes a supostos ganhos em mesas de poker online.

O que disse Francisco:

• «Em 2011, eu joguei poker online, por diversão. Não sou um ‘apostador’. Perdi tudo. Tive prejuízos de alguns mil dólares e eu parei de jogar. Em 2016, recebi uma carta do fisco espanhol exigindo um pagamento de mais de seis dígitos. Mais de meio milhão de euros porque eu joguei poker e perdi. Parece uma piada macabra, mas não é. Daquele momento em diante se iniciou uma bola de neve».

Como pode perder e ter que pagar tanto?
De acordo com site PokerNews, diversas fontes afirmam que o valor cobrado pelo fisco não estaria equivocado, embora seja absurdo, já que Francisco não ganhou dinheiro com o poker.

O espanhol, porém, como ele mesmo diz em sua mensagem no Facebook, jogou online em 2011 e por isso seu caso está sendo julgado de acordo com uma lei antiga (alterada em 2012), que cobra imposto não apenas dos lucros, mas de todos os ‘ganhos’, ignorando as perdas.

Nesse contexto, caso o espanhol tenha vencido, por exemplo, US$ 1.020.000 e perdido US$ 1.045.000, seu «lucro» seria de -US$ 25 mil, mas o dinheiro cobrado pelo fisco viria em cima dos mais de US$ 1 milhão.

Os sites de rastreamento não tem informações precisas sobre os ganhos de Francisco como jogador de poker online. De qualquer maneira, ele nega que tenha movimentado valores tão altos.

Agora, porém, ele terá que se ver com fisco espanhol, tão acostumado a atormentar grandes figuras do esporte, como Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo e, agora, Francisco Vallejo Pons. O espanhol é considerado o melhor enxadrista de seu país e é, atualmente, o  37º melhor do mundo.

No mundo do poker há vários casos de jogadores que vieram do xadrez. No Brasil, por exemplo, dois exemplos conhecidos são Vini Marques – jogador, coach e comentarista – e Will Arruda – sócio do 4bet, o maior time de poker do Brasil.

O espanhol, porém, não vai se juntar a esse time. Além do trauma, ele diz não ver graça no jogo: «Muito repetitivo».